expectativas
j.p.Etiquetas: coisas improváveis
- lugar ao acaso de palavras que não aconteceram e de 'átomos ardentes de imperecível pensamento'-
j.p.Etiquetas: coisas improváveis
Querendo como ser tudo, movimento sem tempo, isso só, nada mais. E outra vez o incêndio por dentro de quanto és e outra vez perguntares por pássaros, eles, à tua volta sempre a voar sem direcção nem coisa nenhuma senão a fome. A fome de tudo terem dentro dos olhos mas sempre ficarem pelo caminho nessa paisagem de entre os dedos, os teus. A tua paisagem submersa dentro da janela para o lugar de ti. Os teus pássaros, aqueles que não vês nem ouves apenas conheces com os olhos fechados que abres para te ver nos pássaros. Caminhos que não a Terra, tu, nos pássaros que não te têm a ti e são a fome, a fome de ver mais noutro lugar sem céu que não o deles. O caminho sem regresso de encontrar outra vez a fome que é dentro de ti. Sempre não voltar. Sempre noite estrelada, cheia de céu sem pássaros.Etiquetas: o desígnio
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andamento primeiro: invocação de dentro da terraO teu dia debaixo do sol não raiou porque te prometeste à noite que ainda agora não sabes o que será. A chuva não entrou na terra porque te esqueceste que o chão era a conclusão do céu. Não encontraste o teu próprio rosto porque te serviste dele para seres tu no tempo. O teu milagre não foi espanto porque sucumbiste às leis da terra. Perguntam-te: o que sobra de ti no momento instante em que não és as palavras?
andamento segundo: exortação do silêncio
As palavras cresceram como ramos na tentação de ser o mundo, na tua porta. Abriste a janela que não viste, espreitaste por dentro das palavras que não conhecias. Viste um segredo que não querias ver. As palavras continuaram a crescer até que as vissem outros. Outros as viram como medo. Tu as viste como o derradeiro silêncio que houvera. Tu as recusaste. E escondeste-te e enterraste as palavras, a árvore, o dia, o mundo, tudo enterraste. A ti próprio também.
andamento terceiro: revelação do segredo
Não mais foi manhã nem noite. Sem as palavras, a noite de outra ordem e esfera. Dia, a festa rocambolesca do dia sem palavras e sem ti, enterrado debaixo ainda delas, em silêncio, portanto. A esfera e a ordem de nunca acometer contra ele, o silêncio. O segredo revelado sem palavras, nele próprio. O dia eterno sem as palavras. O mundo feliz sem palavras, em silêncio.
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