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segunda-feira, maio 19, 2008

da culpa e as palavras

O teu silêncio que é um fulgor. Não as palavras que te são a excessiva lucidez das sentenças, e que são aquém de quando não dizes nada. Mil vezes o diálogo da inexistência, mais perverso e impaciente que a ficção de dizer contingente: a vertigem do imaginado céu. Não. Não as tuas loucas frases ou o desmerecimento da inconclusiva manhã dos braços ou as palavras intensamente desertas. Mil vezes o segredo das circunstâncias, mortas em suspenso no íntimo do lugar exíguo, o teu silêncio. A desconjuntada multidão de palavras que imperdoáveis te adivinham, não. Não, se assim miserável te conténs e assomas objecto, mera proibição. Nada, dizes do afronto, e é desmedida a desordem, do que és finalmente, pelas palavras. As palavras que te excedem no imprevisto e não no limite. Não as palavras. Que dessas palavras serão de ti o som que nunca ouviste de ti mesmo. Nem a amplitude da possibilidade desinquieta de ti sem as palavras que se desinteressam, a tua improvisação. E as palavras, desdém de um labirinto descontínuo que a comunicação em si, eis através, vaticina. Sempre, não as palavras e o teu silêncio que é um fulgor.*

* - texto originalmente publicado em Minguante #10.

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domingo, maio 11, 2008

contradança


A fogueira imaginária de outrora era o derradeiro feitiço de uma noite dissolvida no instante do céu, carvoeiro, a advir nas faces de duas sombras. Uma noite interdita, ausente, imperfeita na sua escuridão de se saber densa. Duas sombras que eram almirantes de uma fábula sem árctico, duas almas semi-perfeitas que percorriam caminhos sempre os mesmos, a mesma hora, sempre. Nas paredes, outras, viradas para dentro, ilusórias portadas e casas sem fundo à beira do Lugar, perguntava-se quem passava e o que seriam nesse ritual de cumprir uma mesma hora num mesmo lugar como se não houvera outro lugar onde estar no fim de tudo, que é como quem diz, no fim. Revolviam-se os diálogos, em contratempo, infinitos de não se saberem um do outro. Depois, o silêncio tomou o lugar do mundo.

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domingo, maio 04, 2008

vaga percepção do silêncio


Não nevava porque ali nunca nevava. Só chovia. O esforço de se entreter para além da passagem do tempo tinha que ser uma memória fugidia de algo que houvera existido há anos, não sabia quantos porque não era importante saber. Só era importante manter essas imagens que deslizavam como o dia e a noite à beira de nunca mais se repetirem. Mas repetiam-se sempre, todos os dias e todas as noites. Até nunca mais nessas memórias brancas de tão invisíveis. E o nunca mais era um ciclo perfeito, impenetrável na perfeição de ter sido definido pela imperfeição. E a memória última desse ciclo era o majestoso e sempre perfeito silêncio do absurdo.

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