<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d11610014\x26blogName\x3devidence+and+chlorine\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://claya.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://claya.blogspot.com/\x26vt\x3d-1991354280544663519', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

domingo, dezembro 17, 2006

fragmento


Passou toda a tarde a ouvir a mesma música. No silêncio metódico da casa, as recordações transformavam-se em baladas oblíquas que lhe diziam o caminho de regresso a sua casa, longe, muito longe. Os pés e as mãos geladas aconchegavam-se nas malhas quentes enquanto lia frases dispersas aqui e ali de um qualquer romance recolhido da pilha da mesa de cabeceira. De repente, sentiu-se tentada a olhar pela janela, à procura que o olhar da rua lhe emprestasse a lucidez de que precisava para regressar ao planeta onde habitava. No entanto, as pernas não lhe responderam. Nem os braços, nem as mãos, nem o corpo. Adormecia num sono profundo, ao som de “fragment” de Max Richter.

Foto: Hersande Hudelot

sexta-feira, dezembro 15, 2006


Edouard Boubat
Paris
1983

sábado, dezembro 09, 2006

paralelo

Da parede amarela reteve apenas as sombras negras que lhe atravessavam os olhos e a doença devoradora que saía do escuro. Do gozo dos corpos, a lucidez com que se tinham defrontado. Depois, saiu a correr e levou consigo a imagem daquele céu a arder e da possibilidade esgotada no silêncio desleal das perguntas cheias de resposta. Afinal, tudo não passara novamente de uma oportunidade esguia, de uma pouca sorte que a sua santa e devota Providência lhe coleccionava dia a dia. Tudo não passava, aliás, dessa morte prematura que o enviuvara à nascença e cuja fronte era a do passageiro que habita o último vagão do comboio e que chega sempre em último ao destino que o espera. No mais, o seu fadário era o de um garimpeiro, o de um filantropo desenraizado, traído no íntimo do seu desvario. Os seus desejos, crenças e ideais eram, no entanto, como as dos outros todos, tão impossíveis quanto possíveis. Porque eram coisas e apenas coisas.

Texto publicado em minguante nº3

http://riceboysleeps.com/video/

quinta-feira, dezembro 07, 2006

as a crossroad

Robert Johnson

"Por último, o homem negro encontrou aí a sua vingança: todo o mundo dos brancos dança com base na música dos escravos. O blues implantou a África no próprio coração da cultura dos vencedores, através do rock: ele é o traço musical de um continente e de um povo martirizados".

Philippe Paraire em 50 anos de Música Rock


segunda-feira, dezembro 04, 2006

guião

Lá fora as flores murcharam. Deixo por isso que cada uma delas entre no meu pensamento e se transforme na alegoria de um espelho que é a milésima certeza, a imagem que nos funde com a realidade.