Da janela da Luísa, espero que o silêncio me entregue na mão as cartas que escrevi aos bocados. Ou os rascunhos que na pedra ficaram escritos desde o dia em que choveu azulado. Da janela da Luísa, vejo a massa de gente que passa, obcecada e cega, enquanto eu, incrédula, sinto o corpo estremecer, agarrado aos ferros de aço enferrujados da varanda.
Demorando-me, entrego-me.