<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d11610014\x26blogName\x3devidence+and+chlorine\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://claya.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://claya.blogspot.com/\x26vt\x3d-1991354280544663519', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

sábado, novembro 01, 2008

nuvens por todo o lado

.11.

estão as nuvens onde o céu as pôs. ao acaso que é a orientação de todas as nuvens e onde estão infindáveis, repetindo-se umas às outras. dentro e fora do tempo são as nuvens as latitudes baralhadas e o céu impossível para elas. temos o rosto devorado de olhar as nuvens. não nos olham nunca as nuvens porque se dissolveriam vertiginosamente e então o mundo acabaria. somos nós que as olhamos porque imponderados não lhes respeitamos o lugar. o lugar admirável que é delas e que toda a vida cobiçamos.



.19.

o acto de pensar as nuvens. o mundo parece que anda à nossa volta. mas dentro dele é que estamos. as nuvens enganaram-se no lugar que escolheram para elas. faz de conta que podemos pensar pelas nuvens. os olhos estão a mais. o acto de pensar as nuvens. o céu tinha-vos antes de vos termos nós. antes de o céu ser com as nuvens já vos tinha e nós não tínhamos nada. andávamos a inventar coisas parecidas com as nuvens. o acto de pensar pelas nuvens. estamos paradas. eles é que giram. estão como que a andar nos nossos olhos. os olhos deles têm as estrelas dentro mas nós é que estamos aqui. o acto de pensar as nuvens. as estrelas estão ali mas estão atrás das nuvens. são as nuvens que vemos. as estrelas imaginamos que vemos. as nuvens as que temos são as que estão em vez das estrelas. e através das nuvens digo, dizemos, digo as nuvens, as estrelas existem e nós existimos também porque nos dão as nuvens aqui e a imaginação das estrelas ali a sensação de estar no mundo.


.40.

inventei as nuvens. inventei as nuvens a partir de uma história que não começava nem acabava. ainda estou a escrever a história. nunca a comecei verdadeiramente porque quando nasci, nasci a contá-la. inventei as nuvens por causa das coisas leves que precisamos inventar de vez quando. a Terra pesa muito no espaço. a Terra não cai profunda no infinito porque tem as nuvens à volta dela. às vezes não sei se as inventei, se elas existem mesmo. mas tenho a sensação verdadeira que existem. quando não tenho a sensação, quando ela não está em mim, invento as nuvens outra vez. acho que as inventamos todos. e por isso é que variam tanto de tamanho e feitio. tenho a sensação que as nuvens existem para ser inventadas. uma vez, e outra e outra. e no dia em que deixarmos de o fazer, a Terra vai cair profunda e nunca mais saberemos dela. com um bocadinho de sorte ficamos nas nuvens a vê-la cair em direcção ao abismo, que, já agora, eu não faço a mínima ideia o que seja. mas se ficar nas nuvens, também não preciso de saber.



mais nuvens por todo o lado aqui.

Etiquetas: