ensaio sobre a leveza (texto sem significado dentro)
Exercício de imaginação e terapia contra as coisas pesadas:
era uma vez a folha de papel vazia, a música que não se sentia, a sombra que não se via, a palavra que não falava, o olhar que não perguntava, a luz que não escondia, o pensar que não revelava, o vento que não agitava, o frio que não gelava, a lua que não minguava, a amizade que não obrigava, a certeza que não duvidava, o fogo que não queimava, a sorte que não traía, o gesto que não tocava, o pedido que não suplicava, o grito que não gritava, a dúvida que não permanecia, a manhã que não repetia, o caminho que não se desviava, o livro que não acabava, a cor que não mudava, o silêncio que não asfixiava, o conselho que não se ouvia, a meta que não se alcançava, o ciclo que não se completava, a liberdade que não proibia, o sorriso que não imitava, a ignorância que não matava, o fim que não começava, o tempo que não devorava, a verdade que não mudava, o sonho que não se concretizava, o homem que não amava, a noite que não partia e a história que não terminava.
Texto originalmente publicado aqui.
Imagem: Casey Williams
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