<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d11610014\x26blogName\x3devidence+and+chlorine\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://claya.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://claya.blogspot.com/\x26vt\x3d-1991354280544663519', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

domingo, outubro 14, 2007

manhã


Atrás da porta, as palavras, um vagar de luz que se misturava com a promessa do dia inverso que crescia pelo corpo dentro. O dia foi ontem. O dia foi um qualquer demorando-se pungente em cada hora, como se cada hora fosse ela própria o dia, a lucidez. O dia foi um imenso vendaval de ciclos invertidos, árvores desgraçadas que nasceram ao contrário, marés que naufragaram, ventos que se embrulharam, silêncios que atordoaram casas, corredores de pedra, catedrais e séculos. Findo o instante último da noite, a manhã verteu-se no horizonte, profetizando-se no adeus retido para sempre, na certeza carregada pelo corpo todo que se adiava nas escadas, nas paredes conjuntas que dividiam o hoje do ontem, nas portas que se abriram para se partir. Além da terra e por baixo, o corpo e o tempo permaneciam, existiam, desencontrados. Por fim, a manhã adiou-se também e o dia foi o dia que não teve noite e que trouxeste contigo. Esse dia e essa manhã que não podes lembrar e que permanece em cada noite que não termina, em cada dia que não acontece.

Imagem: Jean Arnold