floresta dos dias auspiciosos
Victor Hugo, "Le Gai Château", 1847.*
Depois da densidade, dos pés atravessados na terra prematura que te devolvia a imagem de ti próprio, o labirinto cabia-te nos olhos como se fosses o passado com pressa a acontecer antes de tempo. Imaginavas-te livre, delator do devir comum, homem emprestado ao acaso à espera que o silêncio não fosse tão somente a ausência de ti. Mas quando chegaste percebeste finalmente como tinhas estado enganado, toda a tua vida. Foi então que te iluminaste e desististe de continuar.
*Nota à margem: Delacroix terá dito um dia que se Victor Hugo tivesse sido pintor em vez de escritor, teria sido o grande artista do século. Tivesse sido? Porventura terá o artista de produzir que nem cogumelos para ser considerado aquilo que é? Bastará de todo o desígnio, do qual não se livra jamais.
Etiquetas: ficções depois da génese
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