a j.
Morreste e não existes mais. Pudera o teu lugar nunca ter sido esse mas outro do outro lado do mundo, muito mais distante, inexistente quase de tão infinitamente longe. A morte seria outra, mais indiferente ainda. Porque o teu lugar é o de uma folha de papel que nunca foi escrita, que nunca existiu realmente, que acontece por aí ao acaso, sem nada para contar e muito menos para viver. Tentando desdizer o que não sabes sequer dizer, adormeces junto à estrada, pensando-te a percorrê-la. Mas são todos os outros que passam por ti, não reparando sequer que existes e que te esqueceste que isso que julgas ser, é apenas um esboço rascunhado à pressa, apressado em mostrar aquilo que nunca foste. Lá chegarás, muito tarde, ainda mais tarde que o tempo. Porque entretanto morreste e não existes mais. Finalmente.
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