(excerto)
Sobre a voz do mago, cruzam-se agora multidões. Sentado sobre a sirene, vestido de azul e ameigado pela chuva que lhe ensopa as barbas, o mago profere palavras emprestadas. A multidão, sozinha, desmanchada, desarrumada, atropela-se para chegar mais perto. Mas eis que a mão do mago se ergue, pesada, assustada e manda que todos se sentem e esperem. Esperam. Apavorados, colocam as mãos sobre a cabeça e, ingenuamente, começam às perguntas uns aos outros. Sabem que o dia deles ainda não chegou ao fim mas que as respostas serão sempre da cor do medo, brancas.
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