<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d11610014\x26blogName\x3devidence+and+chlorine\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://claya.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://claya.blogspot.com/\x26vt\x3d-1991354280544663519', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

terça-feira, dezembro 23, 2008

noite de n.

invocando
CF

as palavras estas são as possíveis que digo do natal que não sei o que é e que dedico a todas as pessoas as que são as do meu mundo. a todos vós, que sabeis quem são. obrigada:

estas são as minhas, vossas palavras.


a noite já lá estava antes de chegarmos nesta história. de uma noite só que é feita a história mas que tem outras as noites também. de uma que nasce, nascem as outras também. e é o que dizem que nasce primeiro que está depois. chamam-lhe a noite e dão-lhe um nome a seguir mas antes de ser mais o que seja, é a noite, a enorme noite antes de todas as outras.

em todas as noites as outras tínhamos uma casa pequenina onde morávamos com o silêncio. o silêncio a preencher as coisas, as coisas entre nós e a casa, em forma de silêncio, era o que tínhamos. era uma vez, nessa casa pequenina, tão pequenina e aconchegada de quase estar dentro da Terra, onde morávamos quase sem ninguém nos ver. éramos só nós. nós só os dois, intermináveis de não termos mais ninguém entre nós e para além de nós. mas o que estava connosco por dentro, além do silêncio, que estava por fora e por dentro, dentro da casa, dentro da Terra, dentro do espaço, era de todos, que estávamos na casa pequenina nós mas era como se estivéssemos ali que era em mais todos os outros lugares. estávamos ali em todas as noites e naquela também porque não podíamos nunca morar fora da casa pequenina porque o frio era já muito de ser quase tudo e não nos deixar nada e naquela, esta, altura do ano já era sempre de noite também e as meias-noites eram sempre tão cheias de noite, e sem vento, paradas, sossegadas, vagas e vazias também de tanto gelo que tinham por dentro, que tínhamos a casa e tínhamos o silêncio e não tínhamos mais nada. nessa, a noite, o frio que tínhamos no corpo era o que tínhamos e também a imaginação só das madrugadas paradas que estavam onde não estava o tempo ainda, que haviam de chegar. estávamos na casa pequenina e morávamos ante as estrelas que ante a súbita vontade de se sumirem pelo espaço dentro nessa noite eram a noite de não estarem lá por estarem tanto e demais e por isso não estarem. e por estarmos a mais na noite nós também, em que as estrelas não estavam, nós estávamos escondidos dentro dela desde que os dias deixaram de estar na noite quando nos levantávamos e deixávamos de esperar que o dia já lá estivesse em vez da noite outra vez sempre que abríamos os olhos agora. nessa noite estávamos ainda mais na casa pequenina portanto, que estava na noite sempre na noite porque era essa a noite, aquela noite profunda e grande adensando-se dentro de nós, por perto, e era como se estivéssemos dentro do céu quase de tanta ser a noite porque tínhamos de fugir dela. e onde estava o céu para onde fugíamos, em cima mas ao lado também e por baixo da casa pequenina, estavam as montanhas que tinham o gelo, o impressionante gelo todo em cima, da Terra que estava por baixo também, e era tão pesado, tão pesado o gelo que fazia com que o planeta naquele lugar fosse tão mais pesado no espaço de tão pesado ser o gelo, abrindo um buraco onde se escondia a Terra da noite porque o gelo em cima das montanhas pesava demais. e o gelo esse era que nos entrava pelas janelas dentro, nessa noite em que estávamos, os olhos dentro, pesando, e o frio era o gelo que estava nas montanhas para estar na Terra dentro de nós. naquela noite, nessa, a noite que chamam a noite que está antes de todas as noites por não ser essa uma noite como as outras porque tem nome e o nome é o nome de noite maior que as outras todas, só, esse o nome, é uma noite em que estávamos dentro da Terra na casa pequenina e nessa noite fazíamos parte de tudo. e na Terra a levitar no espaço éramos duas pessoas tão mais pequeninas ainda na vasta imensidão da noite a levitar no espaço também ao mesmo tempo que a Terra. e habitávamos o espaço todo, e nas noites todas ao mesmo tempo era onde estávamos. nós e as noites. e todos os planetas levitavam no espaço naquela noite no mesmo outro ritmo que o nosso. e o ritmo de andarmos pelo espaço era o andamento ternário de uma canção que não tinha que ser essa que era, era a canção essa de uma voz que vinha de dentro da Terra, era a canção que todos ouvíamos. e a canção da voz que era de todos, a nossa, porque todos a tínhamos ouvido algures pouco tempo antes de nascermos, era a voz que naquela noite todos ouvíamos ao mesmo tempo enfim, e como nas noites antes e depois desta, os que não tinham nascido ainda, os que já tinham nascido e os que ainda iam nascer, e os que iam morrer. todos ouvíamos. porque estávamos na origem prestes a nascer. a levitar no espaço, a nascer com a noite que essa é como que um nascimento do que dizem ser o nascimento. nessa noite nascemos. nascemos e é a noite que nasce. ao mesmo tempo nascemos que a noite que é a noite que nasce antes de todas as outras. e nós nascíamos de dentro dela, e estávamos a partir daí sempre dentro do silêncio, dentro da casa pequenina que estava quase dentro do gelo das montanhas onde estava a Terra a pesar. a noite que era a que fez nascer a Terra.

Etiquetas:

segunda-feira, dezembro 15, 2008

m. (do útero às estrelas)

A.K.

quando o texto é doloroso e dói como doem as estrelas por existirem durante tanto tempo que é o tempo todo e não sabermos nunca o que isso é


este é o momento: o vento passou como se fosse uma vez só a passar. passou entre as árvores e o que está para além das árvores quando estas não são tudo o que é o silêncio, como ele, em silêncio, sempre em silêncio no que está também entre as árvores. o silêncio, entre o que ouço, o que é a música entre o que tem de si própria, é o silêncio sempre, entre o princípio e o fim. o princípio é. como estou a sentir o regresso, este é o princípio, que terá antes o que houver mas nele é o que tenho somente, o princípio em que estou de onde vim e onde sou agora. estou a germinar. estou entre o mundo e o que dele é em mim nele. estou por vezes nesse lugar quando não estou em nenhum lugar que é dele, que eu penso que não é dele, quando o vi antes de ser o que talvez seja, que era onde eu era mais do que o que não tenho hoje como condição pelo que estou, onde estou, e onde mais estava o que não é dele, do princípio, e que ainda assim é a matéria do que ele não é em mim. e continua a estar, paradoxalmente que eu regresso numa condição onde me estou quando não quero estar onde é durante antes do fim, porque não consigo estar a não ser ali, onde eu não estou o que é de mim mas onde sou o que fui antes de ser. compreenda-se no que tem isto de possível entender, o que não se entende das palavras, o que fica delas enquanto elas estão em silêncio, porque estas palavras são as palavras do antes de ser o mundo. estas palavras dizem o que não conseguem dizer, estão no que estão onde elas costumam estar que assim é um pouco o que delas temos. e aí são só o que delas resta, o que delas é possível restar no que não têm nada dentro. são onde eu posso estar, único lugar onde sou, o último lugar das palavras no que elas são de fundamental e onde não se entendem porque são só isso, palavras, diz-nos o referente que delas é não é nada que seja daqui. tenho esta matéria do que não sou, sou esta matéria em artéria quando não sou. e falo dela agora porque falo da origem e a origem está onde não sou, sou onde estou agora. a origem é junto das estrelas, primordialmente diante do que delas sabemos e no que delas não sabemos é o que não sei também mas onde estou a tentar saber quando quero saber tudo porque quero não porque queira mas porque é a minha condição a de ter que saber. e onde estou onde tenho que saber é diante delas. e agora onde estou quando escrevo é como se não estivesse, é como se fossem só as palavras a única e providencial realidade do mundo, antes dessa outra de onde todos viemos. no que vi dele, é belo, muito belo o lugar de onde viemos todos. o que de belo tem a morte também. foi das estrelas que viemos e as que morreram que nos deixaram lugar a nós. é para onde vamos por fim se por fim não existe um fim porque permanecemos como elas enquanto elas.


Etiquetas:

domingo, dezembro 07, 2008

ensaio sobre a beleza

t.w.

que não é a beleza a que eu vejo mas que é a beleza também



um dia a beleza vai devorar a noite para que possa ser a beleza a noite inteira



29.do dia ao contrário onde estava a beleza


agora estou só a falar e a dizer: é a beleza que está a mais nisto tudo. é a beleza que está no início e no fim. não está por acaso que os olhos a vêem no lugar para que olham. e para onde eles olham é onde está o fundamento, a beleza como incontido o segredo que brota. tenho a beleza como o fundamento que descobri e através dele é como falo quando tenho que falar e dizer dela o que não consigo mais não dizer. e a noite no princípio do fundamento antes da beleza é o que está antes de mim e da beleza. um lugar secreto de depois também onde pensamos que estamos e que é beleza. estou simetricamente perante a beleza que é toda para que a veja o mundo e que me obriga a falar dela porque então se não morro de não a dizer. e dito assim, eu queria um lugar só para a beleza como quando titãs se encontram no espaço e ficam no lugar delas suspensas para que existam e as vejamos e para que a beleza tenha o lugar dela, onde ela estivesse se não fosse aquilo tudo já o que foi. e estivesse de estar tanta e tanto que fosse demais se acaso ela pode ser a mais. eu queria um lugar em que ela fosse toda só um mundo. a beleza a transbordar pelo universo dentro, não para fora, ele ainda mais de belo ser outra vez belo da beleza ser a terra a singrar contra os meus olhos que vão contra a beleza que vejo. vejo tanto a beleza que não sei ver mais nada. há uma beleza que é a que vejo e que é de que não consigo falar. mas nas palavras que digo sobre a beleza, estou a dizer sobre a que não disse, que é onde eu estou sempre nessa beleza quando estou em silêncio. se fosse a beleza uma dessas coisas. silêncio que é onde está a beleza agora no seu preciso lugar: é na beleza que estou por fim quando fecho os olhos e não os abro mais. se vir a beleza quando fechar os olhos, posso morrer e não ver mais nada.


Etiquetas:

terça-feira, dezembro 02, 2008

da derivação do silêncio



palavras que não cortam o silêncio aqui.

Etiquetas: